Com o coração rendido à direção do Espírito Santo e com o toque cuidadoso de quem caminha com mulheres todos os dias, escrevi este devocional estruturados e com alma inteira dentro de cada linha.
Este devocional é um chamado para sair do deserto escolhido, parar de viver no passado, e finalmente habitar no novo que Deus já preparou.
Devocional – “Até quando você vai se colocar no deserto?”
“Eis que faço nova todas as coisas.”
(Apocalipse 21:5)
Lembre-se o que Ele te falou:
“Filha, tudo aquilo que ficou para trás já foi transformado. Eu sou Deus de novidade, e o que preparei para você não está preso no que passou, mas guardado no momento certo para quem escolhe confiar.”
Você já se sentiu presa num lugar onde Deus já não está mais?
Sabe aquela estação da vida que já acabou, mas que você insiste em revisitar?
Aquele relacionamento que já se quebrou, aquela fase que já foi encerrada, aquela ferida que já cicatrizou, mas você ainda cutuca para ver se dói?
Há momentos em que o deserto não é imposto por Deus. É escolhido por nós.
A travessia já foi liberada. O mar já se abriu. A nuvem já se moveu.
Mas, por algum motivo, nos agarramos ao que foi, ao que doeu, ao que não deu certo.
E a alma pergunta: “Deserto… até quando?”
Mas a resposta do céu é: “Até quando você escolher ficar aí?”
Sim, porque há desertos que são provas divinas.
Mas há outros que são prisões emocionais.
Deus não te colocou aí. Você é quem permaneceu.
O povo de Israel, depois de ser libertado do Egito, deveria entrar na terra prometida em semanas. Mas passou quarenta anos girando no mesmo território.
Por quê? Porque o Egito havia saído de fora, mas ainda permanecia dentro.
Eles saíram geograficamente. Mas emocionalmente, espiritualmente, ainda estavam lá.
Eles reclamavam: “No Egito, tínhamos carne, pão, abrigo…”
Esqueceram da escravidão.
Romantizaram a prisão.
Idealizaram o cativeiro.
Quantas de nós fazemos o mesmo?
Ficamos presas em memórias que doem, mas que, de alguma forma, nos oferecem familiaridade.
E é isso o que o passado faz: pode ter sido amargo, mas é conhecido.
E o novo — mesmo cheio de promessas — assusta.
Requer fé.
Entrega.
Requer mover-se.
Mas há uma palavra que ecoa forte, Isa:
Deus já fez novo.
Ele já se moveu.
O céu já liberou a próxima estação.
A pergunta é: você está pronta para deixar o passado no lugar dele?
O passado foi importante. Mas ele não foi feito para ser vivido.
Foi feito para ser olhado, aprendido, transformado e testemunhado.
Há mulheres que não conseguem viver o presente porque estão ocupadas demais cuidando do túmulo do passado.
Jesus ressuscitou.
E quando as mulheres foram até o túmulo, o anjo disse:
“Por que vocês procuram entre os mortos aquele que vive?” (Lucas 24:5)
Reescrito:
“Filha, por que você continua tentando encontrar propósito em algo que já foi encerrado? Por que insiste em dar vida ao que já foi sepultado? Por que segue alimentando memórias que só adoecem?”
O novo de Deus não depende do passado certo.
Depende do tempo certo.
Do coração disponível.
Da fé disposta.
Imagine uma mulher que ficou viúva ainda jovem.
Ela passa anos olhando as fotos, relembrando a dor, recusando qualquer nova oportunidade.
Deus coloca novos caminhos diante dela, mas ela não os vê.
Porque seus olhos ainda estão voltados para trás.
Ela ora por novidade, mas vive presa à lembrança.
Ou imagine a que perdeu um filho.
A dor é real, indizível, e o luto precisa ser vivido.
Mas chega o tempo em que o Espírito diz: “Agora, vamos viver.”
E ela precisa decidir se vai morrer junto com a perda ou se vai florescer a partir dela.
O passado, quando vivido por tempo demais, vira prisão.
E Deus não nos chamou para viver aprisionadas.
A Bíblia nos mostra em Isaías 43:18-19:
“Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço uma coisa nova; agora está surgindo! Vocês não a percebem? Até no deserto farei caminho, e rios no ermo.”
Reescrito:
“Filha, pare de dar tanto valor ao que já foi. Não fique revivendo o que passou. Eu já estou fazendo algo novo. Mas se você não olhar para frente, não vai perceber. Eu posso fazer rios até onde você só vê areia.”
Deus pode fazer nascer vida onde você só enxerga dor.
Mas você precisa decidir mudar a direção do seu olhar.
Lembro de uma história de uma mulher que vinha todos os domingos à igreja com a mesma roupa. Não por vaidade, mas porque aquela roupa era a mesma que ela usava no dia do falecimento do marido.
Ela dizia: “Foi o último momento em que tudo fazia sentido.”
Durante anos, ela não comprou roupas novas. Não mudou o quarto. Não sorriu em fotos.
Era como se, emocionalmente, tivesse parado no tempo.
Até que um dia, durante um culto simples, o Espírito Santo soprou no coração dela:
“Minha filha, o tempo do luto passou. Agora é tempo de viver. Tire o preto. Abra a janela. Sorria. Eu estou contigo no novo.”
Ela chorou. Tirou a blusa. Foi para casa. Pegou roupas guardadas que nunca tinha coragem de usar.
No domingo seguinte, ela entrou com uma roupa azul. E aquele azul era mais do que cor. Era liberdade.
Era o novo que havia sido sepultado por anos.
O novo não é apenas um lugar.
É uma decisão.
É um “sim” dado a Deus todos os dias.
É olhar para o espelho e dizer:
“Eu não sou o que vivi.
Eu sou o que Deus está fazendo.”
É deixar de repetir as falas do trauma.
É abandonar a posição de vítima.
É escolher florescer onde só havia cinzas.
Talvez você ainda esteja olhando o Egito com saudade.
Talvez ache que o seu melhor tempo já passou.
Mas deixa eu te dizer, com toda a força que o Espírito está soprando neste texto:
Você ainda nem viveu o melhor.
O seu passado não define o seu destino.
O que te feriu não tem mais autoridade sobre o que Deus está construindo.
O novo já está liberado.
E está esperando você liberar o passado.
Você não precisa negar o que viveu.
Mas também não precisa viver presa nisso.
O tempo de olhar para trás com pesar acabou.
Agora é tempo de olhar para frente com fé.
Momento eu e Deus – Reflexão final
No cotidiano de uma mulher, isso tudo se aplica de maneira tão prática…
É o perdão que ela diz que deu, mas ainda repete a mágoa em cada conversa.
É o ex-relacionamento que já terminou, mas ela ainda acompanha nas redes sociais.
É a carreira que mudou de rumo, mas ela ainda se lamenta pelo que “poderia ter sido”.
É a juventude que passou, mas ela insiste em dizer que “depois dos trinta, nada mais floresce.”
Mas Deus está dizendo:
“Filha, eu faço nova todas as coisas.”
Inclusive você.
Inclusive sua história.
Inclusive seu interior.
Você não precisa mais repetir os ciclos.
Não precisa mais girar no deserto.
Não precisa mais adiar o novo.
O novo de Deus não exige que você esteja no passado certo.
Exige apenas que você diga: “Eis-me aqui, no presente.”
Hoje é o tempo aceitável.
Hoje é o dia da travessia.
Hoje é o momento de respirar fundo e dizer:
“Eu me recuso a permanecer em desertos que Deus já deixou para trás.
Eu escolho viver o novo.”
Amém.
Autora: Isabela Santos, cristã, Mentora de mulheres. Acredita e vive a verdadeira identidade firmada em Cristo.